Diário de Bordo

 

O Diário de Bordo sempre constituiu um meio de reflexão e comunicação com aprendizes e pais, desde que iniciei a minha actividade pedagógica no ensino de Violino. Primeiramente o aluno utilizava-o sobretudo como guião sobre conteúdos abordados, mas com as minhas aprendizagens realizadas na unidade curricular de EAAI, fui introduzindo alguns itens passando também a servir como procedimento de auto-regulação, avaliação e mapa do progresso do aluno. Constaram os seguintes parâmetros:

 

NOME:

CURSO:

TURMA:

DISCIPLINA/ INSTRUMENTO:

AULA Nº:

DATA:

CONTEÚDOS DA AULA:

DÚVIDAS APÓS AULA:

AUTO-AVALIAÇÃO: 1)

ANOTAÇÕES: 2)

 

1)      A escala a utilizar no preenchimento do Diário de Bordo foi qualitativa: Insuficiente, Satisfatório, Bom, Muito Bom.

2)      Este campo foi preenchido da seguinte forma:

- no Curso Básico de Cordas (BIC) preencheram relativamente à procura de interpretações, biografia do compositor, contexto social/histórico/artístico da época.

- no Curso Instrumentista de Cordas e Tecla (ICT) preencheram relativamente à procura de interpretações, biografia do compositor, contexto social/histórico/artístico da época e ainda na resposta às questões da técnica C-Q-A de Ogle:

 

C - O que conheço do tema?

 

Q – O que quero aprender?

A - O que já aprendi?

Identifica ponto de partida.

Determina objectivo.

Toma consciência do processo – Metacognição.

Para uma avaliação diferenciada.

Para uma avaliação participativa.

Para uma avaliação reflexiva.

 

Na minha escolha do programa/repertório para cada aluno, foi tido em conta a constante mudança, consequência da integração de novos conhecimentos e destrezas (porque avaliar competências consiste em avaliar um “saber em uso”, implica mobilidade). Procurei centrar-me nas potencialidades dos estudantes levando-os a identificar o que sabem (“zona actual de desenvolvimento”) e mostrando-lhes o que poderiam ser capazes de alcançar (“zona de desenvolvimento próximo”), acreditando no potencial de aprendizagem (efeito pigmalião). Tive como objectivo uma mediação eficiente neste processo de amadurecimento. Tendo em consideração que o acto mental se divide em três fases (input/percepção/recepção, elaboração e output/resposta/criação) pretendi identificar o problema proporcionando modelos, sugestões, perguntas, estimulando a realização cooperativa de tarefas, levando a uma avaliação dinâmica do processo contínuo e aberto de ensino/aprendizagem. Tive em considerção o tipo, a quantidade e o momento exacto de apoio que cada aluno necessitou.

Em questões colocadas (em ANOTAÇÕES, no Caderno e Bordo) aos alunos de instrumento/violino (Eduardo - Mód.2, Maura - Mód.4, João - Mód. 6 do BIC; Valéria - Mód. 2 e Margarida - Mód. 6 do ICT) deparei-me com algumas noções "deformadas" acerca da avaliação. Por exemplo, às questões: "Porque sou avaliado? Para que sou avaliado? Para que servem os resultados?", foram anotadas respostas como: "Porque é assim que a escola funciona. Para ter nota. Para os meus pais saberem se no final de módulo irei ter boa nota." Trabalhei com os alunos em questão, num diálogo, demonstrando que a avaliação auxilia professora e aluno na compreensão do processo de aprendizagem, na reorganização do programa/caminho, para o aluno aprender o que ainda não aprendeu. As respostas após este trabalho foram bem diferentes: " Porque assim modificarei os meus pontos menos positivos. Para saber como estou a progredir. Os resultados têm o escopo de demonstrar a minha evolução."

Com orientações retiradas do livro "Educar e Aprender na Escola" (Trindade & Cosme, 2010) visto os alunos da ARTAVE já terem um plano de estudo semanal organizado na escola, incentivei o preenchimento de um Plano de estudo para as interrupções lectivas.