Paradigmas da avaliação

Com base na investigação e na reflexão produzida até à Sessão 4, em parceria com Teresa Correia elaboramos, sob a forma de tabela, uma síntese sobre os conceitos, gerações e paradigmas da avaliação.

 

Gerações

Paradigmas

Conceitos

1ª – “Geração da Medida”

(1900-1930 Idade da Eficiência e dos Testes) – (segundo Madaus & Stufflebeam)

·     Alfred Binet (desenvolveu testes que deram origem ao chamado coeficiente de inteligência – QI)

·     Teorias científicas do trabalho Taylorismo e Fordysmo

 

·   A Avaliação como medida.

·   Medida sinónimo de avaliação.

·   Classificar, seleccionar e certificar – funções da avaliação.

·   Conhecimentos como único objecto de avaliação.

·   A avaliação é descontextualizada.

·   Privilegia a quantificação em busca da objectividade.

·   Questão essencialmente técnica (testes bem construídos que permitem medir com rigor e isenção as aprendizagens dos alunos).

·   Professor como técnico.

2ª – “Geração da Descrição”

(1930-1945 Idade Tyleriana) - (segundo Madaus & Stufflebeam)

·     Ralph Tyler“ O pai da avaliação educacional”

 

 

 

·   A Avaliação como descrição.

·   Diferença em relação à avaliação anterior - formula objectivos comportamentais e verifica se eles são ou não atingidos pelos alunos. (compara os objectivos atingidos com os colocados).

·   Avaliação educacional (cumprimento ou não dos objectivos definidos).

·   A medida passa a ser um meio ao serviço da avaliação.

·   Não se limita a medir, mas descreve.

·   Professor como descritor.

3ª – “Geração da

Formulação de Juízos”

(1958 – 1972 Idade do Desenvolvimento, segundo Madaus & Stufflebeam)

·     Michael Scriven (distingue os conceitos - avaliação sumativa e avaliação formativa)

·     Behaviorismo – Pavlov, Watson e Tolman

(teoria do processo de aprendizagem sustentada pelo conceito de mapas cognitivos)

“Pedagogia para a mestria”  - Bloom

·     Teorias cognitivistas  - Neisser e Broadbent

·   Formulação de juízos de valor acerca dos objectos de avaliação.

·   Avaliação – reguladora do ensino e aprendizagem.

·   Recolha de informação para além dos resultados dos testes.

·   Avaliação mais plural (professores, alunos, pais).

·   Definição de critérios, para apreciação do mérito.

·   Professor como juiz.

4ª – “Geração da Avaliação como negociação e construção

(geração de ruptura – 1989 à actualidade)

·    Guba & Lincoln (ruptura epistemológica com as gerações anteriores – tentativa de resposta as dificuldades das gerações anteriores)

·    Construtivismo

 

·   Avaliação receptiva (responsive).

·   Feedback – processo indispensável.

·   Partilha da avaliação com todos os intervenientes – negociação.

·   Avaliação integrada no processo ensino/aprendizagem.

·   Avaliação para desenvolver e não para classificar/julgar.

·   Avaliação é uma construção social do conhecimento.

·   Utiliza predominantemente métodos qualitativos.

·   Utiliza variedade de estratégias, técnicas e instrumentos.

·    Avaliação autêntica - Condemarin & Medina

(2000)

·   Avaliação formativa alternativa – Fernandes, D. (2005)

·   Professor como mediador.

Hoje verificamos que ainda persistem na avaliação interna (apesar das exigências ao nível do currículo, das aprendizagens e do sistema educativo) muitas características das gerações anteriores (1ª - Testes psicotécnicos. Testes sociométricos; 2ª - Descrição de objectivos; 3ª – Avaliação formativa na perspectiva neobehaviorista – análise de resultados num quadro de definição de objectivos e de tarefas que testam cada um desses objectivos). No entanto, o paradigma com o qual o grupo se identifica na futura acção pedagógica é o do cognitivismo/construtivismo utilizando uma avaliação essencialmente formativa (alternativa, autêntica e reflexiva).