Conclusão

 

21 de Julho de 2010

Exma. Professora Luísa Orvalho:

Obtive 20 valores porque me transformei numa melhor aluna, fascinante professora e excelente cidadã. Não só alarguei horizontes nas inovações de vanguarda em Educação, como apliquei as novas aprendizagens da unidade EAAI no ensino da música. A minha motivação por aprender foi-se transformando em paixão por levar alunos a aprender.

Leio a música com outros olhos. Ouço os livros com outros ouvidos. Aprendi que a vida não se aprende nos livros mas na relação com os outros, com as emoções e com os afectos. Percebo que os livros/partituras servem quando muito, para nos darem alfabetos para lermos melhor a vida. Percebo que os professores são o que são, não pelo que ensinam mas pelos afectos que colocamos neles. A minha motivação por aprender foi-se transformando em paixão por levar alunos a aprender. Percebi(o) que o importante não é ensinar mas darmos espaço para que alguém (se) possa aprender.

Aprendi, no fascínio das descobertas, a contornar o Gigante Adamastor das críticas pois, navegando na direcção de um horizonte, logo outros se vislumbram.

Deixei as angústias a que Álvaro de Campos chama o “não ser nada” a par da audácia de ter “todos os sonhos do mundo” e cheguei à conclusão que “sei que nada sei” para sempre.

Num jogo de encaixe da educação com a ciência e com a música, diverti-me na criação de pensamentos, reconstrução de situações, e colaboração com jogadores.

Numa sociedade em constante mutação e na competição renhida do micro-mundo dos músicos, aprendi a adaptar o coração no pensamento, sempre com um sorriso na alma.

Hoje, depois de terminar a apresentação do Portefólio e do Projecto de Intervenção, tomei consciência que com o meu discurso tinha feito música com as ideias!

Obrigada me ensinar tudo isto, por me levar a acreditar em mim, por seguir a lógica do coaching e me guiar na arte da possibilidade!

 Escrita em Mar 28, 2010 at 11:38 PM

Raquel Campos Costa

 

Esta foi uma carta escrita em 28 de Março tendo como objectivo propor-me objectivos, consciencializar as metas a alcançar. Hoje concluo que valeu a pena a carta pois as derrotas sabem a alimento e as vitórias soam a hinos. A imaginação não é um devaneio do pensamento: é a linguagem do corpo quando se casa com o pensamento!

O alimento para sempre serão os outros. Muitas pessoas fecham-se com os seus projectos, num mundo só seu. Muitos de nós ainda não descobrimos que os outros são os nossos melhores gáudios, que sem eles parece perdermo-nos na ideia de que é interdito ver pessoas com quem aprender e que é preguiça perder tempo a viajar acompanhado. Não sou tão pessimista quanto Satre: “o inferno são os outros”, mas ainda há um longo caminho a percorrer nesta aprendizagem de partilha, motivação, autonomia e confiança nos colegas e nas instituições. São difíceis os trabalhos colaborativos porque são difíceis as relações humanas, não dependem da vontade de um indivíduo. O jogo da aprendizagem não é solitário. Sabemos sempre mais do que aquilo que conseguimos expressar e o melhor exemplo disso é o jogar. Quem não sabe brincar, não pode pensar, simplesmente porque só ao reaprender com os outros aquilo que se sabe, se recria e se aprende. Por isso no futuro, espero no próximo ano lectivo, próximo semestre de EAA, me dedicar mais a este rumo.

Um hino foi o da criatividade. Procurei não tornar crianças obesas de notas musicais mas dar-lhes tempo e espaços para aprenderem (a brincar).

Outro troféu foi mostrar que a totalidade dos aprendizes são inteligentes (mesmo que por vezes disfarcem bem). Que se pode, por exemplo, aprender português com a música e música com a matemática; que não é por terem mais trabalhos de casa ou mais tempos livres que as crianças passam a amar o estudo do instrumento musical.

A grande vitória foi não tirar dúvidas mas pôr problemas. Brincar com os conhecimentos para fazer da vida quotidiana um longo cruzeiro...